3 tipos de fibra de vidro usados na indústria de Fiberglass

A fibra de vidro ocupa a primeira posição na lista das matérias-primas utilizadas na indústria de Fiberglass. Afinal, sem ela, o mercado Fiberglass não existiria. Hoje, as fibras de vidro são amplamente utilizadas na fabricação de peças devido ao fato delas serem altamente resistentes, apresentarem boas propriedades, darem um ótimo acabamento superficial, serem baratas, tornarem as peças mais leves, entre muitas outras razões.

Elas estão disponíveis no mercado em várias formas diferentes. A escolha do tipo dependerá basicamente de dois fatores: o processo de fabricação que será utilizado (Spray-up, Hand Lay-up, RTM Light, etc) e as características e propriedades exigidas pela peça.

No post de hoje, iremos falar sobre os três principais tipos de fibra de vidro utilizados na indústria de Fiberglass. Continue conosco e confira quais são eles a seguir:

1.Roving

O roving é a fibra de vidro utilizada no processo Spray-up (laminação a pistola). Ele é basicamente um cordão, formado por várias mechas de microfibras de vidro. No decorrer do processo de fabricação, esse cordão é desenrolado da bobina cilíndrica e picotado no interior da pistola laminadora. As mechas picotadas são, então, lançadas pela pistola sobre a superfície do molde juntamente com a resina.

Esse tipo de fibra de vidro é muito benéfico, pois as mechas picotadas se assentam facilmente ao molde, agilizam a impregnação da resina e descomplicam a remoção das bolhas de ar geradas no decorrer do processo. Além disso, as mechas do roving preenchem facilmente os cantos com ângulos de 15º, 45º e 60º, por exemplo. Isto torna o processo de fabricação muito mais fácil, rápido e, consequentemente, barato.

2.Manta

As mantas são arranjos aleatórios de fibra de vidro, cortadas de forma uniforme e agregadas na forma de um lençol por meio de ligantes. Elas são utilizadas no processo Handy Lay-up (laminação manual). Quando impregnadas com resina, a mantas apresentam praticamente as mesmas propriedades das mechas de roving picadas. Elas permitem um maior controle da espessura e possibilitam a fabricação de superfícies mais homogêneas.

No mercado, as mantas de fibra de vidro são disponibilizadas em diversas gramaturas. As mais comuns são de 225, 300, 450 e 600 g/m². As mantas de baixa gramatura são geralmente utilizadas em laminações sobre o Gel Coat por permitirem a rápida eliminação do ar. Já as de maior gramatura são mais utilizadas para aumentar a velocidade do processo de fabricação.

3.Tecido

Os tecidos de fibra da indústria fiberglass de vidro são utilizados em peças que exigem altas propriedades mecânicas, principalmente, em relação à resistência aos impactos. Eles são obtidos por meio da tecelagem plana de rovings. Como as suas fibras são dispostas orientadamente, maiores resistências aos impactos são obtidas, quando elas são direcionadas para os principais pontos de tensão da peça.

Os tecidos são fornecidos em rolos, geralmente, nas gramaturas de 600 e 800 g/m2. Após o processo de laminação, cada camada de tecido de fibra de vidro apresenta uma espessura aproximada de 1mm. O teor de fibra depende, claro, da gramatura. Tecidos com 600 g/m2, por exemplo, possuem um teor de vidro médio de 50%, ideal para peças que necessitam de uma maior resistência.

Ficou com alguma dúvida sobre os tipos de fibra de vidro utilizados na indústria de Fiberglass? Se sim, escreva-a nos comentários para podermos lhe ajudar!

Resina poliéster: tudo o que você precisa saber

A resina poliéster é uma das principais matérias-primas utilizadas na indústria de Fiberglass. Além de ser fácil de manusear, ela possui um baixo custo e apresenta boas propriedades químicas e mecânicas. Em conjunto com as fibras de vidro, as resinas dão origem à peças resistentes, duráveis e de alta qualidade.

E devido à importância da resina, resolvemos mostrar, no post de hoje, tudo o que você precisa saber sobre ela. Confira:

Quais são os tipos de resina poliéster?

Antes de tudo, é importante lembrarmos que o que destaca a resina utilizada pela indústria Fiberglass de outros compósitos plásticos é fato dela ser ‘termofixa’. Isto significa que, após processada, ela não retorna mais ao seu estado líquido original e não pode, assim, ser mais utilizada. Hoje, a principal resina utilizada na fabricação de peças é a poliéster insaturada. No mercado, é possível encontrar resina poliéster dos seguintes tipos:

Ortoftálica: a mais comum e também a mais barata. Ela apresenta baixa resistência térmica, química e à hidrólise e é utilizada em aplicações gerais;

Tereftálica: possui uma resistência física um pouco superior à da ortoftálica. Porém, ela apresenta uma baixa resistência a raios UV (Ultravioleta) e amarela com facilidade;

Isoftálica: apresenta características térmicas, químicas e mecânicas melhores do que as resinas ortoftálica e tereftálica e dá uma maior resistência mecânica à peça;

Bisfenólica: possui resistências térmicas e química elevadas. Ela é utilizada principalmente em revestimentos anticorrosivos, em peças como tanques, tubos, conexões, etc;

Ester-vinílicas: apresenta uma maior resistência aos meios alcalinos e é utilizada na fabricação de peças que ficarão expostas a ambientes altamente agressivos.

Como a reação ocorre?

A resina poliéster insaturada se transforma do estado líquido para o sólido por meio de uma reação química popularmente conhecida como ‘cura’ ou ‘polimerização’. Esta reação é iniciada logo após a adição de aceleradores, catalisadores e aditivos que servem para acelerar a cura da resina. Após certo período, a resina líquida se transforma num material gelatinoso, que não pode ser mais manuseado.

Depois disso, ocorre o processo de endurecimento da resina, que dissipa uma grande quantidade de calor – processo conhecido como ‘exotermia’. É importante lembrarmos que a velocidade de reação da resina poliéster depende de uma série de fatores, como a sua reatividade, o teor de acelerador e de catalisador adicionado, o tipo de fibra utilizado e as condições do ambiente em que a peça está sendo fabricada.

Como escolher a resina ideal?

Como dissemos anteriormente, a resina poliéster é a mais utilizada hoje na indústria de Fiberglass. Isso acontece porque ela é versátil, apresenta uma considerável gama de propriedades e características específicas, é fácil de manusear e possui um baixo custo. Embora todos os tipos de resina apresentem benefícios, eles jamais devem ser escolhidos aleatoriamente na hora da fabricação.

Isso porque a escolha do tipo de resina depende do tipo de peça que está será fabricada e de uma série de outros fatores, como a resistência química, térmica e mecânica que a sua superfície deverá ter. Também é importante se atentar à viscosidade (facilidade de impregnação nas fibras de vidro) e à tixotropia (capacidade de não escorrer em superfícies verticais ou inclinadas) da resina, pois esses elementos afetarão o processo de fabricação.

Ficou com alguma dúvida sobre a resina poliéster? Então, escreva ela nos comentários para que possamos lhe ajudar!