Um dos processos de fabricação mais simples utilizados pelas indústrias é o Hand Lay-up, que consiste na aplicação manual de fibra de vidro num molde aberto. A simplicidade do Hand Lay-up é devido ao fato dele não exigir equipamentos específicos. As ferramentas requeridas são de baixo custo e podem ser facilmente encontradas no mercado. Mas assim como outros processos, ele também requer alguns cuidados na hora da fabricação.
A seguir, mostraremos quais são os cuidados que devem ser tomados durante o processo Hand Lay-up para que as peças atinjam a qualidade necessária. Confira:
Uma das vantagens do processo Hand Lay-up é que ele não gera rebarbas e evita o desperdício de fibra de vidro e resina, mas desde que a manta seja cortada de acordo com as dimensões do molde. Se a peça for, por exemplo, uma banheira redonda, os pedaços de manta de fibra de vidro devem ser cortados de modo que se encaixem perfeitamente no molde e não deixem sobras.
Os pedaços de manta de fibra de vidro precisam ser posicionados no molde de forma correta de modo que todos fiquem juntos e alinhados, sem espaçamentos. Se algum pedaço ficar desalinhado, a resina se acumulará entre os espaçamentos, o que reduzirá a qualidade da peça. O cuidado com o posicionamento deve ser redobrado na hora de sobrepor uma manta à outra já impregnada com resina.
Um dos principais erros cometidos pelos profissionais é fazer a roletagem partindo das bordas e indo em direção ao centro da peça. Isto acaba fazendo com que as bolhas de ar geradas no processo sejam transferidas para o centro, o que provocará danos à peça e reduzirá a sua qualidade final. O correto é passar o rolo do centro para as bordas, para ‘expulsar’ as bolhas geradas.
Peças que possuem cantos com ângulos com 30º, 45º e 60º, por exemplo, precisam de cuidado redobrado. Isso porque, se a manta de fibra de vidro não for devidamente posicionada nesses cantos e sobrarem espaços entre o molde e ela, haverá um acúmulo de resina. E para posicionar a manta nos cantos, o profissional precisa utilizar uma espátula para pressionar a área, no momento em que a resina for aplicada.
Após a aplicação de três camadas consecutivas de manta, o processo de fabricação deve ser, temporariamente, suspenso para o resfriamento delas. Caso contrário, ocorrerá uma exotermia e a peça e o molde poderão ser deformados. Somente depois do resfriamento das três camadas é que o processo de laminação deve continuar. É importante lembrarmos que esse número pode variar, dependendo do tipo de peça e da matéria-prima utilizada.
Se a peça for curada em um ambiente frio e desmoldada em um ambiente muito quente, deformações certamente ocorrerão. Por isso, o aconselhado é que a peça passe um tempo curando à temperatura ambiente para as matérias-primas se adaptarem às condições ambientais. Depois disso, ela deve ser desmoldada no mesmo ambiente em que foi curada. Isto evitará possíveis deformações e empenamentos.