Um erro que muitos profissionais cometem é não dar a devida importância à cura das peças de fibra de vidro. Assim como os demais processos, a cura também interfere na qualidade da peça que está sendo fabricada e dita o sucesso ou o fracasso da empreitada.
O que é preciso se atentar é que a cura das peças de fibra de vidro é a etapa final. Se algum erro for cometido, a peça precisará ser descartada e os processos para a fabricação de uma nova serão iniciados, o que resultada no desperdício de tempo e de dinheiro.
A seguir, mostraremos os principais cuidados que devem ser tomados no momento da cura das peças de fibra de vidro. Acompanhe:
As peças de fibra de vidro devem ser mantidas em um local isolado
Durante a cura, a peça deve ser colocada em um local isolado. Isso é importante para mantê-la:
- Longe dos outros processos (como laminação, rebarbação e lixamento, que geram resíduos que podem cair na superfície da peça);
- Livre do fluxo constante de profissionais, que podem esbarrar nela e danificá-la.
A temperatura e a umidade do ambiente precisam estar adequadas
As resinas surgidas ultimamente no mercado podem ser trabalhadas numa ampla faixa de temperatura. Elas se adéquam tanto a ambientes quentes como frios, sem que suas propriedades sejam afetadas.
Mas apesar disso, o recomendável é trabalhar a resina em ambientes com temperaturas entre 20 e 25ºC. No caso das regiões com clima muito frio, a cura das peças deve ser feita em estufas.
Quanto à umidade relativa do ambiente, o ideal é que ela não ultrapasse 85%.
Esse controle da temperatura e também da umidade é importante para a resina não ser afetada por variações e poder agir e curar adequadamente. Isso pode ser feito com o auxílio de termômetros convencionais ou infravermelhos.
É válido lembrar que os rótulos das embalagens de resina geralmente possuem orientações relacionadas à temperatura.
A temperatura da peça deve ser acompanhada
Durante a cura, a temperatura das peças de fibra de vidro se elevam drasticamente, devido à isotermia. Então, o aumento da temperatura é algo normal e essencial para a cura da peça.
Porém, quando a reatividade é muito alta (período muito curto entre o gel e o pico exotérmico – temperatura máxima durante o processo de gel), a temperatura do pico também será elevada, o que provocará vários danos tanto à peça como ao molde, como trincas, perda de brilho e descoloração.
Por isso, é importante controlar a reatividade e ficar acompanhando a temperatura da peça.
Deslocamentos devem ser evitados
Outro cuidado é evitar mudar a peça de lugar enquanto ela está sendo curada. Isso é importante principalmente para peças grandes, como cascos de embarcações e banheiras de hidromassagem.
Movimentos bruscos podem fazer a peça quebrar, entortar ou mesmo sofrer uma desmoldagem prematura. Seja qual for o caso, a qualidade da peça será afetada.
Para evitar descolamentos, é preciso planejar o ambiente em que as peças serão curadas. É necessário demarcar o local onde cada uma permanecerá, levando em conta questões como otimização do uso do espaço e passagens entre as peças.
A dureza precisa ser constantemente verificada
A desmoldagem não deve ocorrer nem antes nem depois do tempo ideal – que varia de acordo com a peça. Por isso, é preciso verificar a dureza constantemente. Isso pode ser feito por meio do durômetro Barcol 934-1, que indica se a peça está suficientemente curada ou não.
Normalmente, o nível mínimo de cura é atingido quando o durômetro exibe um resultado entre 30 e 40. Resultados abaixo de 20 indicam que a peça não está curada.